Caixa Econômica Federal é um banco, por ser estatal pensa que é governo

Com a desculpa de criar o canal eletrônico Conectividade Social, e vendendo que disponibilizou gratuitamente a nova versão às empresas, a Caixa Econômica Federal (CEF) obrigará milhões de pequenas empresas a adquirir essa certificação digital a um custo de mais de R$150,00 por ano. O objetivo é apenas passar uma procuração digital para o contador enviar os dados, consultar o saldo do FGTS para fins de rescisão, ou emitir a guia para recolhimento do FGTS.

Parece um custo baixo. Com a desculpa de desburocratizar o sistema, a CEF fará os contadores trabalhar para ela e a empresa pagar para ter uma coisa que o banco deveria oferecer de graça. Qualquer banco privado pagaria para administrar e fazer o recolhimento do FGTS sem burocracia e certamente não embutiria mais um custo para as já quebradas pequenas e medias empresas brasileiras.

É verdade que precisamos desburocratizar o sistema, mas o fato de tornar o processo eletrônico não significa menos burocracia. Basta perguntar aos contadores que são pagos pelas empresas para trabalhar para o governo, fornecendo uma infinidade de informações em diversos portais, para que o governo possa cada vez mais fiscalizar eletronicamente as empresas no sentido de evitar a sonegação e principalmente aumentar a já enorme carga tributária brasileira. Porém, a CEF não é governo, é apenas um banco que por ser estatal pensa que é governo, faz normas e obriga a sociedade como se governo fosse.

Se não bastassem as greves, em que a CEF deixa milhões de “clientes”, especialmente os pequenos empresários, sem acesso ao imprescindível serviço bancário e ao seu dinheiro, o que mantém a CEF são as exclusividades que tem em administrar, por exemplo, o FGTS.

Até quando os brasileiros especialmente os pequenos empresários ficarão a mercê dessas políticas? Onde estão os representantes, sindicatos patronais, associações para defender estes abusos?

O pequeno empresário, em geral, trabalha muitas horas tentando se equilibrar nesse monte de burocracia, cobrança de impostos, problemas com órgãos públicos. Tempo que deveria ocupar na busca de crescimento, para atender bem o cliente, para melhorar sua empresa.

A informalidade no Brasil vem aumentando e a culpa é especialmente da burocracia, e desse tipo de situação. Se continuarmos neste ritmo, teremos dois tipos de empresas no Brasil: as grandes e as informais.

Ademar Batista Pereira – presidente do Sindicato das Escolas Particulares – Sinepe/PR.


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