A escola e a guerra

Na guerra urbana que enfrentamos diariamente, o inimigo nem sempre é visível, tem cara, cor ou credo. Tratam-se dos inimigos conhecidos como consumismo, egoísmo, individualismo, falta de ética, desonestidade, falta de solidariedade e de respeito às diferenças e ao outro.

Neste combate, a escola é a ultima trincheira da sociedade. É praticamente o único lugar que precisa ter regras sociais, de convivência e de respeito. Na escola existem horário para cumprir, tarefas de casa, provas. É lá que a criança e o jovem têm que conviver socialmente e aprender as diferenças do certo e do errado.

Os combatentes dessa guerra por coincidência se reúnem na escola, usam a estrutura das instituições de ensino como comitê e front: são os professores, diretores e educadores. Eles escolheram essa profissão para salvar os humanos, em geral os mais jovens. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência vai até os 20 anos e até esta idade estamos desenvolvendo a personalidade, e nesse caso a escola atua do berçário à faculdade.

A escola representada por seus soldados: professores, diretores, coordenadores e educadores, na maioria das vezes não pode contar com a ajuda da aviação ou da cavalaria. Fazendo a análise de uma guerra, a escola precisaria contar com a família, que seria a força aérea da batalha, porém na maioria das vezes a família terceiriza para a escola o ataque a esses inimigos.

O poder público, representado pelos políticos, poderia ser a cavalaria, mas que exemplo eles oferecem à escola? Que ajuda dão à última trincheira? Ainda, o poder público, poderia ser representado pelo judiciário, com apoio às causas da escola, porém o que vemos é a judicialização da educação, onde a escola torna-se ré nos assuntos que deveria ser tratados apenas no âmbito escolar.

Ou seja, a escola como única trincheira nessa guerra, está sozinha, e em muitos casos, o professor está sozinho na linha de frente contra todos esses inimigos. Afinal, a escola ainda precisa se aparelhar melhor com bons diretores, pedagogos, e profissionais de apoio, senão corremos o risco de perder essa guerra.

Ademar Batista Pereira – Presidente do Sinepe/PR.


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