Os resultados do ENEM 2009 divulgados recentemente mostram um panorama da educação pública e privada no Brasil. Das 10 melhores classificadas do Paraná, sete são particulares. Em todo o Brasil, o resultado não é diferente, se observarmos pelos resultados médios as escolas particulares são 50% melhores que a média.
Apesar de todas as dificuldades da escola particular, no geral os resultados da educação básica são pouco ou nada animadores. Mas o que salva a educação básica brasileira ainda é o ensino particular. Mas, então, por que aparecem nos primeiros lugares escolas públicas federais? Vejamos:
As escolas técnicas federais são na verdade universidades com ensino médio e tem em sua grande maioria alunos oriundos da escola particular, ou seja, estudantes disciplinados que passaram por uma peneira de até 30×1 para entrar nessas escolas.
A UTFPR recebeu R$100 milhões sendo que gastou 90% com pessoal, para atender 12 mil alunos, a um custo de R$ 8.300,00/aluno/ano, ou seja, R$700,00 por mês, valor bem maior que as mensalidades médias das escolas particulares classificadas entre as 10 melhores pelo ranking do Enem, com um agravante, as escolas particulares pagam impostos federais e municipais sobre os valores cobrados, como IPTU e ISS.
Fica evidente a maior eficiência da iniciativa privada, tanto no que diz respeito a qualidade do ensino oferecido, bem como na gestão dos recursos arrecadados através das mensalidades, pois além de praticar preços mais adequados do que as escolas públicas, ainda contribui para a arrecadação de impostos.
Ao analisarmos os resultados com um pouco mais de critério, podemos observar que a educação básica no Brasil deixa muito a desejar. Os resultados do ranking do ENEM são muito ruins, pois precisamos considerar que a grande maioria, quase 90% dos nossos estudantes da educação básica, estão nas escolas públicas, e os resultados obtidos nessas escolas são inaceitáveis para um país que precisa crescer e se desenvolver.
Considerando tudo o que temos discutido sobre educação, suas necessidades, e principalmente a propaganda oficial em torno das reformas e projetos, a conclusão que podemos tirar é que estamos errando o foco. Fala-se muito em reforma e treinamento, mas o que precisamos é definir é o investimento do Estado da maioria ou totalidade dos seus recursos na educação básica. Pois, de nada adianta mais recursos, se não investirmos também em gestão e na busca constante do resgate do tão falado tripé na educação, família, e aluno. A escola particular trilha este caminho com projetos pedagógicos bem definidos, com o envolvimento das famílias, e aí apresenta bons resultados na educação básica.
Apesar de se tratar de um ranking, ou seja, um momento específico de avaliação, os resultados do ENEM 2009 demonstram como está o aprendizado dos nossos jovens no instante final para o ingresso no ensino superior e demonstram fundamentalmente como foi desenvolvida a educação básica no nosso país.
Ademar Batista Pereira – presidente do Sindicato
das Escolas Particulares do Paraná, Sinepe/PR
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