Estamos presenciando diversos atos em referência aos 50 anos do golpe militar, com todas as consequências e anomalias que esse tipo de poder pode ter num país continental como o Brasil.
Não sou daqueles que criticam e crucificam os militares pelas mortes ou torturas que tenham praticado, pois entendo que se tratava de um momento histórico, mas acredito que mesmo nas circunstâncias daquele momento não poderiam ser justificadas tais atrocidades.
Em primeiro lugar, vivíamos um momento de extremos no mundo, o lado democrático liderado pelos Estados Unidos e Inglaterra e o lado socialista/blochevista liderado pela Rússia. O ocidente democrático com uma visão aberta de mais liberdades individuais e, portanto, mais propícias ao investimento e a empresa privada, capital privado e suas consequências. Por outro lado, o socialismo ou bolchevismo onde a novidade e a falta de liberdade tornava obscuro qualquer futuro e o passar dos anos pode comprovar que aquele modelo centralizado de pouca ou quase nenhuma liberdade não funcionou e acabou ruindo com a queda do muro de Berlim e o fim da Guerra Fria. Como consequências devastadoras para a Rússia e os países do outro lado da cortina de ferro, arriscaria afirmar que tal momento histórico promoveu um atraso de cem anos naquela cultura, pois basta ver o nível de desenvolvimento que o povo russo tinha no início do século 20, e o que se transformou no final do mesmo século.
Já Cuba naquele período foi transformada em mais um modelo conquista bolchevica. Porém, Cuba é uma ilha, portanto não é um país continental como o Brasil, e, de certa forma, é mais fácil controlar tanto internamente como externamente. Já o Brasil, devido ao seu tamanho, torna-se quase impossível o controle interno e externo pelas suas dimensões e diversidade.
Portanto, se temos que tirar uma lição e um aprendizado do que houve com o golpe e a ditadura é que um país como o Brasil somente pode ser governado por uma democracia, pelo menos pela formas conhecidas que temos. Pois, é quase impossível controlar de forma centralizada um país desse tamanho.
Por isso, defendo que precisamos aprofundar a democracia, fazer a reforma política, tornando o voto distrital e facultativo, reformando a lei orgânica dos partidos para que sejam obrigados a ter eleições em que todos na filiados possam eleger as executivas e acabando com os famigerados diretórios provisórios, bem como definir nosso pacto federativo, levando mais dinheiro e autonomia para os municípios e estados.
Precisamos aprender com os erros em passado. Nos pouco mais de cem anos de República tivemos mais ditaduras do que democracia, e nem por isso ficamos lembrando dos feitos e mal feitos de todas as ditaduras, precisamos fortalecer nossas instituições para garantir que nunca mais teremos ditadura nem de direita nem de esquerda. Para isso precisamos exercitar a alternância de poder e, nesse sentido, já chega do exercício de bolchevismo que o PT vem implementando no Brasil.
Ademar Batista Pereira – presidente da FEPEsul (Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul), membro da Executiva Estadual do PV e articulista do site www.esominhaopiniao.com.br.
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