As passeatas, as pessoas de bem e os vândalos!

Nos últimos dias acompanhamos e até participamos pessoalmente, pela internet ou mesmo em rodas de amigos dos movimentos reivindicando melhorias no país. A maioria das pessoas de bem ficaram assustadas com a quebradeira, os roubos e vandalismo e na medida em que aumentou a violência diminui o numero de participantes. Ocorre que as pessoas do mal em geral, são minoria, mas como são do mal sempre provocam grandes barulhos, estragos e preocupações.Por isso, em um país democrático como o nosso, precisamos dos poderes constituídos para separar o direito a passeata, o direito individual de ir e vir dos desocupados, ladrões, os bons dos maus.

Nesse sentido, muitas vezes confundimos as coisas no Brasil, vejam o que aconteceu com as passeatas: foram transformadas em quebra-quebra, roubos e confusão de um grupo de desocupados, ou ladrões. Esses grupos podem ter duas origens: ou são desocupados que já vivem de pequenos delitos e se organizam para aproveitar um movimento para saquear, ou são orquestrados por alguns políticos ou instituições para desestabilizar o movimento reivindicatório.

Certamente esse movimento de pessoas de bem, que querem menos corrupção, menos cargos de confiança e, por outro lado, mais seriedade na administração do dinheiro público, desagrada o poder dominante hoje no Brasil. Basta lembrar as execuções de policiais em São Paulo na época das eleições para presidente em 2006 e 2010, que acabaram como num passe de mágica logo após as eleições. De qualquer forma, precisamos que os administradores públicos se posicionem e não permitam que poucos desocupados e ladrões quebrem o patrimônio público ou privado para roubar. A polícia precisa acabar com a impunidade não somente nesses casos, mas a cultura do “não dá nada” pode estar sendo usada para roubar ou de forma orquestrada para manter o mesmo modelo de gestão pública que não interessa aos brasileiros, apenas ao grupo que está no poder.

No Brasil, o que não falta são leis e muitas vezes, criticamos este fato com razão, pois temos muitas leis e pouca ordem. Mas nunca é demais lembrar que temos a lei nº 3688/41 que proíbe a vadiagem. Até se discute se é crime ou não, mas seja como for, vadiagem é ilegal. Talvez, fosse essa a lei mais importante atualmente, pois o Brasil vive o “pleno emprego”, o que não justifica pessoas desocupadas ou vadiando pelas ruas. Afinal, não é difícil perceber o grande número de pessoas pelas ruas nas grandes e pequenas cidades. Talvez seja essa uma das reivindicações das pessoas de bem, apenas cabe ao poder público não deixar que se misturem as coisas.

Ademar Batista Pereira – articulista do site www.esominhaopiniao.com.br; diretor de planejamento do Sinepe/PR; presidente da FepeSul; diretor da Escola Atuação.


Comments

3 respostas para “As passeatas, as pessoas de bem e os vândalos!”

  1. Avatar de Silene Santos
    Silene Santos

    Muitas coisas para se considerar Professor…A Lei existe e não é cumprida em todos os momentos como deveria ser…também deveríamos ter menos BOLSAS…o que incentiva e muito a vagabundagem de muitos….

    Ótima semana
    Silene Santos

  2. Olá Ademar…tudo bem , então to aqui quase do outro lado do mundo e quer saber…esta copa acabou
    Com a imagem do Brasil no mundo.Se fala em copa se fala que o pais está mergulhado em corrupção,fome ,miséria,etc,etc…
    Pena…todos os dias a EuroNews mostra a quebradeira e os protestos.
    bj

  3. Avatar de Jorge Muller
    Jorge Muller

    Olá, Prof. Ademar:

    Concordo com as observações do artigo (passeatas, etc.) mas não acho adequado invocar a lei contra vadiagem. Esse pessoal que está vandalizando é gente estimulada pelo PT, como o foram as estrepolias praticadas em São Paulo, nos anos eleitorais de 2006 e 2010. Não são, tecnicamente, vadios. São ativistas que, no gogó, se dizem contra os governos e até contra a Dilma, mas, na realidade, servem (alguns, conscientemente, outros, pela via da manipulação) a quem aproveita o esvaziamento das manifestações de junho/2013. E sabemos bem a quem isso aproveita…

    Abr, Jg

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