Lula, o líder!

Toda vez que brindo peço saúde ao Lula e a Dilma. As pessoas ao meu redor sempre se negam a brindar ou reagem dizendo: “você está de brincadeira!”. No imaginário popular vale aquela maxima: aos maus a morte e aos bons a vida eterna. Porém, na minha visão, todos devemos viver bastante, especialmente, os líderes para que sejam julgados pela história, pois caso morram cedo podem tornar-se mitos, mesmo não tendo contribuído para a melhoria do país.

Como educador sei que temos líderes positivos e negativos. Os positivos são aqueles que aproveitam as oportunidades para avançar, pensam no coletivo, respeitam as pessoas e por essas características sempre são agentes de grandes mudanças. Quando assumem funções importantes como a regência de um país, tem espírito público, pensam na história e levam em consideração esse julgamento, pois a história será impiedosa.

Por outro lado temos os líderes negativos, que com as mesmas habilidades, são egocêntricos, perniciosos e, em geral, lideram uma quadrilha. São líderes para os quais os fins justificam os meios. Nessa categoria está ‘nosso líder’ Luiz Inácio Lula da Silva, um sujeito que perdeu a dupla oportunidade de se tornar um mito.

A primeira seria perceber que seria julgado pela história e enfrentar sua natureza, pois com sua grande inteligência em muitos momentos teve esse insight. Mas nosso líder não aproveitou, deixou se levar pela ganância, certeza de impunidade e crédito na sua capacidade de mentir e enganar que o fez chegar até ali.

A outra seria ter percebido seus erros e se deixar ter sido vencido pelo câncer de garganta. Assim entraria para o imaginário popular e não pagaria o preço do julgamento de seus atos. Essa alternativa seria impensável para um indivíduo com as características de um grande líder negativo, pois ele não percebe que será julgado pela história, seu egoísmo não deixa.

Nosso líder perdeu a oportunidade de ser julgado como um grande estadista. Mesmo eu – que nunca votei nele – torci para que lutasse contra a sua natureza e como um estadista fizesse as mudanças que precisávamos, como a reforma política, fiscal e trabalhista. Com essas reformas, hoje teríamos um país melhor, mais justo e democrático. Independentemente de ser julgado, condenado e até preso para pagar seus crimes, vivendo bastante terá que enfrentar a história.

Pior que a roubalheira do nosso ali-babá e seus 40 mil ladrões foi a incompetência da gestão da maior carga tributária do mundo, incompetência na gestão das empresas públicas brasileiras, como a Petrobras que em apenas 10 anos saiu de uma empresa moderna, competitividade e dinâmica para uma sucata velha, aparelhada com uma dívida maior que sua capacidade.

Apesar de muito grande essas perdas, podemos trabalhar e pagar. Mas, pior que isso foi perdermos a moral, o mérito. Paramos de acreditar que a luta compensa e o crime não, relativizaram a corrupção, a violência, criaram e cultivaram a síndrome do coitadinho, onde o vagabundo, o folgado, o ladrão, o drogado, o que não se esforça tem mais direito do que aquele que trabalha e mantem suas contas em dia.

Mas por que brindo também para a presidente Dilma? Se ela não é líder é o poste escolhido para manter o poder dessa quadrilha, pois ela também teve a oportunidade de perceber e lutar contra sua natureza de poste, mas ela não percebeu que poste é teimoso, você buzina e mesmo assim ele não sai da frente. Por isso será julgada pela história como um bom poste. Por essas e por outras, um brinde pela saúde do Lula e da Dilma.

Ademar Batista Pereira – educador, membro da comitiva estadual do Partido Verde (PV-PR) e articulista do blog esominhaopiniao.com.br.


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