O “câncer” e a esquerda na modernidade

O câncer instala-se no organismo através de uma célula tronco que com sua capacidade de se transformar em qualquer tecido, porém doentia, engana as defesas e convence-o a instalar todo um sistema de vascularização e proteção como se fosse uma coisa boa.  As defesas passam por ela e nada percebem. Quando completamente instalada, começa a se multiplicar e consumir energia naquela região, e, em geral, o organismo não reage, pois não apresenta ou qualquer sintoma que possa identificá-la. Essas células cancerígenas continuam seu desenvolvimento até que a identificamos a tempo por meio de exames externos ou quando o organismo apresenta algum sintoma, ou com tratamento que em muitos casos mata o organismo.

Nesses últimos dias que precede o segundo turno das eleições em que estamos perplexos com a corrupção e desmandos do governo do PT, em que percebemos que os sintomas não são bons, o Brasil já apresenta “sintomas cancerigenos” como o desemprego, inflação, déficit na balança comercial, falta de investimento.

Faço uma analogia ao câncer, pois trata-se de um momento em que o setor produtivo está completamente quebrado. Ao acompanhar a propaganda do PT, essa visão do nós contra eles, mostra que vale tudo para se manter, e ainda sem entender porque muitos brasileiros acreditam e votam nessa gente de forma a continuar alimentando esse “câncer” que vem tomando conta do nosso organismo chamado Brasil.

O que vejo são dois grupos de pessoas que ainda votam e defendem “isso”.

Os brasileiros do bem, que só querem trabalhar, pagar suas contas e dar condições melhores para os filhos e a família. Grupo de bem intencionados que só conseguem ver alguns dias atrás ou na frente, que pela sua ingenuidade não percebem que os 12 anos de bonança que tivemos, somente foi possível porque o Brasil estava organizado e em plenas condições para crescer. Era um país com inflação controlada, uma economia estável e com as contas em ordem, um grande saldo na balança comercial e somente assim foi possível implantar ou melhorar o tão propalado programa de distribuição de renda, e enganados como os sistemas de defesa no caso do câncer, ainda continuam sustentando a célula cancerígena.

Na outra ponta estão os beneficiados diretos pelos desmandos e pelo crescimento dessa “doença”. Pessoas em cargos de comissão e certos concursados com sua estabilidade e aposentadoria aos 50 anos com salário integral. Esses representam o próprio câncer, e nesse caso agem como se o organismo devesse existir para servi-los, que o sistema de irrigação sanguíneo foi instalado pelo organismo para alimentá-lo, são esses mesmos que fiscalizam o setor produtivo, que para contratar algum serviço ou comprar algum produto, exigem propinas ou pagamento por “serviços” de consultoria ou de despachante.

Ao apresentar essa opinião, não estou de maneira alguma defendendo essa visão do nós contra eles, onde a melhor defesa é o ataque, dos bons contra os ruins, não acho que o nosso sistema político é o melhor. Defendo uma reforma política onde possamos ter maior transparência e maior eficiência dos altos impostos que pagamos. Porém, acredito que todos concordam que precisamos avançar na democracia, ter maior transparência, diminuir até acabar com a impunidade tanto para corrupção como para a violência.

Acho que já deu dessa turma, defendo a democracia pelas condições que temos de alternância do poder, pelo respeito ao debate e as ideias e não é o caso desse modelo que está aí, onde se relativizou a corrupção, incompetência, ineficiência e falta de diálogo, pois para dialogar, precisamos ter certeza das nossas convicções, mas precisamos admitir a possibilidade de estar errado, é essa a diferença entre um democrata e um esquerda moderno ou PT.

Ademar Batista Pereira – autor do blog esominhaopiniao.com.br


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