Eleições 2014: três candidatos a presidência e suas visões de mundo

Estamos a 30 dias das eleições no Brasil e precisamos escolher quem terá o poder de governar ou desgovernar esse imenso, gigante, adormecido país e seu povo pacífico, solidário e cordial.

Nos meus mais de 30 anos como eleitor, sempre escolhi o candidato menos pior, pois as opções nos levam e levaram sempre a essa única possibilidade. Ocorre que nos dias de hoje mesmo tentando escolher o menos pior a diferença entre todos é muito estreita, talvez aí esteja a dificuldade das pessoas em definir e deixar para decidir em quem votam nos minutos finais, e vejam, nem estou falando no voto para deputado, esses a muito tempo votamos e no dia seguinte não lembramos mais, tal a falta de interessa e verdadeira opção de escolha. Mas, nas eleição para presidente, essa é a que realmente importa, hoje temos claramente três mundos bem distintos que representam os principais candidatos.

Ao votarmos na Dilma e no PT, estamos escolhendo os movimentos sociais, os sem terra, os sem teto, os sem universidade, os sindicalistas. Nesse caso, quem fizer esta opção estará escolhendo a visão de mundo dos direitos, mundo das pessoas que passam a vida falando em defesa de uma categoria, categoria essa que nunca participa do seu sindicato ou associação, e que suas lideranças fazem eleições as escondidas, mudando apenas a ordem das chapas para manter os mesmos no comando da categoria. Uma visão de mundo onde o estado se basta, e trabalhador é apenas o empregado, a visão de mundo das classes, dos exploradores e dos explorados.

Se escolherem votar no Aécio Neves (PSDB), a visão de mundo é outra e bem diferente, na qual se respeita os direitos, mas para ter direito as pessoas precisam estar com os deverem em ordem, precisam ter mérito, ou quem tem competência se estabelece mais e melhor. Uma visão de mundo em que o governo é o grande articulador do desenvolvimento, mas acontecerá pela iniciativa privada, em que as empresas são chamadas a investir e ganhar dinheiro, ou seja uma visão mais capitalista do mundo desenvolvido, que a exemplo dos EUA ou Alemanha, o desenvolvimento vem através dos investimentos de todos, especialmente das empresas e capital privado.

Se escolherem votar na Marina Silva (PSB), a visão é a do chamado terceiro setor, das ONG’s, onde não se paga imposto, e administra o dinheiro dos outros, muitas vezes pouco, e as demandas são grandes. Uma visão onde se defende os excluídos, os direitos, sem um compromisso maior com o mérito, ou resultado, pois o objetivo é atender e acreditar naquela necessidade e procurar meios para resolver.

Evidentemente cada candidato tem suas limitações e projetos, e sempre dizem que respeitam a diversidade e que vai governar para a maioria, mas o que vamos escolher em 30 dias será uma das três visões de mundo, com suas limitações e crenças.

Por outro lado não adianta muito pensar que qualquer eleito fará uma mudança radical no jeito brasileiro de ser. Um país que tem um povo acostumado a pensar individualmente, um povo que confunde a coisa pública com coisa sem dono.

Acredito de verdade que não teremos e não precisamos de salvador da pátria, precisamos manter nossa pseudo democracia que o que tem de bem é a possibilidade de alternância no poder. E vamos construindo nossa democracia e o nosso País com esse povo, esses políticos e especialmente esses idéias individualistas, alternando de uma visão de mundo para outra.

Ademar Batista Pereira – educador e articulista do blog esominhaopiniao.com.br


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