A equipe de futebol da Alemanha, apesar de jogarem juntos há seis anos, não é essa coisa toda: empatou com Gana, penou para ganhar dos EUA e da França, e só ganhou da Argélia na prorrogação. Sofreu para ganhar do time argentino, e só não perdeu porque os hermanos erraram 3 gols imperdíveis. Mas nos humilhou quando o dedo de Deus fez tudo dar certo, chutes certeiros, passes quase perfeitos, mas não interceptados, falhas infantis dos nossos, inacreditáveis três gols em seis minutos. No segundo tempo praticamente não chutaram a gol, culminando sua obra com o sétimo gol em que o atacante chutou sem olhar para o gol e a bola entrou na gaveta, indefensável!
Ao contrário do Brasil, os alemães superam a falta das habilidades dos jogadores brasileiros com organização, seriedade, frieza e trabalho de continuidade. Ou seja, fizeram no futebol como fizeram em seu país, que perdeu duas guerras em 30 anos, e não preciso citar as diferenças de desenvolvimento e condições de vida e seriedade entre a Alemanha e o Brasil.
Mas a nossa humilhante derrota para a seleção alemã é a demonstração que Deus é brasileiro, pois somente ou talvez assim acordemos e percebamos que essa terra da corrupção, da superficialidade, das fanfarronadas, do oba-oba, do “melhor do mundo”, da falta de seriedade, do patriotismo apenas no futebol, é o espelho do que a seleção foi para o país: desorganizada, mal convocada, mal escalada, sem reação. Uma seleção comandada pelas figuras de sempre, e sempre prontas a aceitar uma boquinha, e que confundimos cidadão com torcedor, que aceitamos como normal quando um jogador fala, “eu só queria levar alegria para meu povo” ou deveria dizer “alegria para nossos torcedores”.
Deus é brasileiro, pois talvez acordemos desse berço esplêndido e percebamos que:
Não é aceitável, a presidente, por um minuto de propaganda na TV, se abaixar perante um partido dominado por um presidiário, e destituir um ministro – dos cerca de 40! – para nomear outro, daquele partido, e o político demitido, vergonhosamente, aceitar um cargo menor, só para manter a boquinha.
Não é aceitável, o ex-presidente Lula, no Pará, apoiar a candidatura de filho do notório, fotografado algemado e dono do ranário, dizer que o filho, candidato a governador, tem muito que se orgulhar do pai.
Não é aceitável, o candidato petista ao governo de São Paulo, em programa de TV, não responder às perguntas dos jornalistas, entre elas “se considerava Cuba uma democracia…”.
Não é aceitável, um ex-governador, corrupto, filmado recebendo maço de dinheiro, em cena passada e reprisada na TV, consegue driblar essa leniente Justiça, se candidatar de novo a governador e, pasmem, estar à frente nas pesquisas!
Não é compreensível, que continuemos a eleger os notórios Collor, Renan, Barbalho, Sarney e seus herdeiros, a vida toda usando do dinheiro público, legal e ilegal?
Não é aceitável, que choremos por num simples esporte, em que o normal é ganhar e perder, cujos heróis são jogadores de futebol, alguns riquíssimos e badalados, com milhares de seguidores em mídias sociais, lançadores de moda que desafiam os bons costumes, de cabelos, tatuagens, roupas e brincos que desafiam o senso comum, estimulam a rebeldia e a transgressão, e considerar ou deixar que sejam modelos para nossa juventude.
Não é aceitável que apesar de todo o improviso, dos milhões desperdiçados nas obras superfaturadas, dos elefantes brancos, das maquiagens e obras não acabadas, que aceitemos a avaliação do governo que tivemos a Copa das Copas. Precisamos sim, aproveitar o momento de discussão que as eleições trazem para voltarmos as ruas, sem quebradeira, mas demonstrar que não queremos mais isso. Que o “pseudo sucesso” da Copa foi um grande esforço dos brasileiros, que foi pela já conhecida hospitalidade dos brasileiros e a imagem que os turistas tiveram não tem nada com esse ou aquele governo, pois apesar dele, continuamos sendo brasileiros, e precisamos de mudanças na lei dos partidos para obrigá-los a ter eleições e com isso acabar com os donos dos partidos, e precisamos de voto distrital para elegermos os nossos legisladores e representantes.
Precisamos avançar e para isso nada como a democracia e a possibilidade de alternância do poder, e na pior das hipóteses, o momento dos políticos explicarem muitas vezes o inexplicável.
Se aprendermos a lição, talvez compense no futuro, pois a chaga permanecerá aberta, purgando, e será, para sempre, motivo de vergonha e dor e de chacota alienígena. Nossos hermanos não mais precisarão cantar que Maradona é melhor do que Pelé. Bastará um simples e ensurdecedor cartaz de 7X1!!
E essa chaga, da mesma forma, colará, para sempre, como tatuagem, nesse petismo, uma chancela de seu irresponsável, populista e impatriótico mandato! Mas se aprendermos valerá a pena!
Ademar Batista Pereira – membro da comitiva estadual do Partido Verde (PV/PR).
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