As avaliações e a diferença entre a escola particular e a federal

Nas últimas semanas foram divulgadas avaliações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e, como sempre, com ampla cobertura da imprensa, pois nos últimos dez anos nada avançamos na qualidade, embora com grandes avanços nos custos tanto das redes estaduais, municipais, federais e particulares.

Quero ressaltar que aparece bem avaliada a rede federal de ensino médio, tanto no Enem quanto no Pisa, com notas superiores, inclusive das particulares. Evidentemente que ainda é uma minoria de instituições, pois das 100 melhores classificadas no Enem do Paraná, 94 são particulares. O que nos coloca em ótimas condições no que diz respeito ao trabalho que a escola particular presta ao desenvolvimento do Brasil, mesmo com a grande pressão sofrida para que faça inclusão a qualquer preço, e, apesar de a todo instante surgirem leis que atrapalhem a boa gestão e as condições para que a qualidade do trabalho da escola particular possa ser ainda melhor.

As escolas federais são os colégios militares ou centros tecnológicos (ou antigos Cefet), com orçamentos importantes e um custo por aluno na casa dos 15 mil por ano.  Mas esse não e o único privilégio dessas instituições, pois selecionam os melhores alunos em sua maioria oriundos das melhores escolas particulares. Portanto, não fazem inclusão, pois alunos com dificuldades não passam no teste de seleção, no qual mais de 50 pessoas concorrem por uma vaga.

No caso específico da inclusão, nunca observei o Ministério Público cobrando que as instituições federais façam inclusão… Ou quem sabe a lei não seja aplicada a elas. Há também a questão das cotas, que seria uma grande oportunidade para a classe menos privilegiada.

Para fazer educação de qualidade precisamos mais do que dinheiro, conversa e leis. Precisamos de foco onde a educação acontece: na sala de aula. Enquanto o número de funcionários administrativos do MEC e das secretarias estaduais e municipais de educação for maior ou desproporcional ao número de professores.

Precisamos focar na sala de aula, levar esse exército de professores que lotam as secretarias de educação para a escola, a fim de ajudar na arte de educar. Enquanto o professor estiver sozinho em sala, nada acontecerá de melhora, pelo menos não de forma consistente.

Por Ademar Batista Pereira – diretor da Escola Atuação e presidente da FEPEsul (Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul)


Comments

2 respostas para “As avaliações e a diferença entre a escola particular e a federal”

  1. Muito clara sua avaliação sobre o tema!
    Concordo totalmente.

  2. Oi Ademar, obrigado pelo envio deste texto. Concordo plenamente quando é citado que os alunos dos colégios federais (militares e tecnológicos) são oriundos de escolas particulares, pois esta é nossa cruel realidade: “Escola pública é para pobres, universidade pública é para ricos”, pois estes e só estes através de uma boa base educacional da escola particular conseguem entrar nestas instituições.

    Abraços,
    Paulo Navarro

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